sábado, 19 de novembro de 2011

You're brave!

Como têm dias que não posto nada, hoje vom falar sobre "coragem". Pouco antes de sair do Brasil, conversando com alguns amigos e colegas de trabalho, escutava algo interessante:
- Como você é corajoso. Parabéns e boa sorte lá!
Eu escutava e ficava cá com meus botões a pensar e procurar entender porque eu era tão corajoso. Parecia que eu era um São Jorge desatento, sem noção do dragão que iria ter que derrotar. E sempre entre os inúmeros desejos de boa sorte, sempre a expressão "que coragem essa sua!".
Ok! Eu era mesmo o São Jorge desatento que não tinha noção do dragão que teria que enfrentar. Hoje eu entendo, é preciso coragem sim. E entenda, não é coragem pra coisas banais como lidar com uma outra língua ou ter que enfrentar 10 horas num avião e ainda fazer cara de "não terrorista" na imigração. Isso é fácil, por mais dificil que seja, você consegue tirar de letra. Como diz uma amiga: agente sempre de livra de alguma forma. O termo coragem aqui, deve ser entendido de forma mais profunda. É a coragem de saber o quanto você é forte, mas também o quanto você é fragil. Coragem de, embora os novos amigos e vínculos, observar que você está sem seus referenciais e aqui estou incluindo a questão familia sim. Existi algum outro referencial mais importante? O momento é você por você. Coragem pra enfrentar a saudade de tudo e de uma rotina, por mais enfadonha que ela fosse. Coragem de chorar, se ver destroçado e ir pra cama dormir para acordar no outro dia dizendo: Sim, eu posso! Coragem para enfrentar os medos de sempre e assumir as verdade que estavam ali esperando em algum canto da prateleira da alma. Talvez toda essa coragem surgisse sem que fosse preciso nehuma viagem. Contudo, a diferença do veneno para o remedio é a dose.
Se estava desatento, hoje sei o tamanho do dragão. E confesso que muitas vezes, omito o seu real tamanho para mim mesmo, para que possa continuar a enxergá-lo na minha altura e assim duelar de igual para igual. Talvez as expressões de espanto pela "minha coragem", não conseguissem atingir a extensão e profundidade que alcançei. Contudo, isso é normal, só sabe o tamanho do dragão quem enfrenta ele. O bom é que essa viagem foi quase como fazer o caminho de Santiago de Compostela, um encontro comigo mesmo.
É preciso ter força, ter raça, ter gana sempre...
Não sou nenhuma Maria, Maria, mas essa música do Milton Nascimento bem que poderia mudar pra José, José.

Um comentário:

DudaMangueira disse...

Você é bravo, corajoso e ao final de tudo isso... vai ver o quanto cresceu! Tô na torcida e no apoio!