domingo, 25 de julho de 2010

O passado que voltou desatento

Embora tenha sido ontem e eu não estivesse embriagado, não consigo lembrar de tudo muito bem. Os detalhes me fogem, como se o cérebro quisesse me poupar. Uma espécie de torpor, um transe privou-me por alguns instantes da realidade. Só lembro que vi qndo ele entrou na loja de conveniências, onde eu estava, que embora tenha me visto preferiu me negar. Que buscou a dissimulação até qndo não pode mais evitar minha presença e então veio falar comigo. Lembro que senti meu corpo todo estremeçer, uma mistura de sentimentos estranhos me tomou de súbito e que um sorriso apático se esboçou no meu rosto costernado e aturdido, quase sem sentido. Que o passado veio com uma velocidade tão violenta que parecia sentir todas as feridas rasgarem novamente. Poderia estar no deserto e ainda assim sentiria o local pequeno demais, quase sufocante.
Até que olhei para o lado e vi a semblante de ragazzo (do meu ragazzo). Parecia compreender meu desconforto, minha agonia e apenas me perguntou: " Tá tudo bem?! Quer sair daqui?!"
Era como se embora ele compreendesse toda a situação, preferiu respeitar o meu momento. O meu momento com o passado que voltava desatento.
Agora vejo que o que restou, de tudo que se viveu no passado, foi dor e trauma do qual preciso me libertar. Que talvez os motivos dele, no passado, foram mais mentirosos e malvados do que eu poderia ter suposto. Que me entreguei tanto pra alguém que sonha com um amor, mas não sabe o gosto e nem o significado.
A mim hj só resta agradecer ao tempo de não ter tornado minha vida uma mentira, por não ter me feito uma pessoa medrosa e covarde, mas sim um sonhador que buscou com afinco seu quinhão de amor e parece tê-lo encontrado nos braços de ragazzo (meu meninu bunito).  
Passou.
Amanhã... amanhã é segunda-feira e à noite vou ver ragazzo...

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