terça-feira, 24 de maio de 2011

Nem só de opositores vive a luta


O meio evangélico e católico não vive só de radicais que se opõem raivosamente a luta pela igualdade de direitos entre os homossexuais. Há alguns poucos que compreendem outra ótica que não a do Deus egoísta e vingativo. Vejamos dois bons exemplos:
Ricardo Gondim é cearense, teólogo e presidente da Igreja Betesda. Durante 20 anos o pastor Gondim foi colunista da revista evangélica "Ultimato". Entretanto na última semana Ricardo Gondim foi "convidado" pela diretoria da publicação a parar de escrever sua coluna. O motivo foi uma entrevista a "Carta Capital", na qual defendeu os direitos dos homossexuais. Na ocasião Gondim frisou: "Em um estado laico, a lei não pode marginalizar, excluir ou distinguir como devassos, promíscuos ou pecadores, homens e mulheres que se declaram homoafetivos e buscam constituir relacionamentos estáveis. Minhas convicções teológicas ou pessoais não podem intervir no ordenamento das leis". Godin é reincidente em comentários corajosos como este. Em fevereiro deste ano, ele publicou um artigo intitulado "Deus nos livre de um Brasil evangélico", no qual afirmou que nosso país estaria culturalmente ameaçado caso os "crentes" tomassem conta de tudo: "Um Brasil evangélico não teria folclore. Acabaria o Bumba-meu-boi, o Frevo, o Vatapá. As churrascarias não seriam barulhentas. O futebol morreria. Todos seriam proibidos de ir ao estádio ou de ligar a televisão no domingo. E o racha, a famosa pelada, de várzea aconteceria quando?" questionou.

Outro exemplo é o frei Betto, conhecido religioso da ordem dominicana. O frei defendeu a união entre pessoas do mesmo sexo e a criminalização da homofobia em texto intitulado “Os gays e a Bíblia”. Em seu texto frei Betto lembra a atitude inclusiva de Jesus e a violência que a comunidade homossexual sofre pelo mundo, sendo inclusive considerada criminosa em 80 países, em alguns dele com pena de morte. O religioso lembra o silêncio da Igreja que recentemente condenou a decisão do STF de aprovar o direito de união civil dos homoafetivos. “Ninguém escolhe ser homo ou heterossexual. A pessoa nasce assim. E, à luz do Evangelho, a Igreja não tem o direito de encarar ninguém como homo ou hetero, e sim como filho de Deus". O frei ainda lembra que no passado a igreja defendeu a escravidão, condenava judeus a terem matado Jesus, condenavam as crianças não batizadas ao limbo e eram contra a cobrança de juros. Ao final, conclui: “Pecado é aceitar os mecanismos de exclusão e selecionar seres humanos por fatores biológicos, raciais, étnicos ou sexuais. Todos são filhos amados por Deus. Todos têm como vocação essencial amar e ser amados. A lei é feita para a pessoa, insiste Jesus, e não a pessoa para a lei”.
 Fonte:

Um comentário:

João Maria Ludugero disse...

Passe lá no meu blog de poesias. Tenhas uma ótima semana, no mínimo, iluminada, com bastante saúde e alegrias duradouras. Mega abraço,
João,poeta.Se gostar, me siga.
www.ludugero.blogspot.com
Até mais, voltarei, de certo.
Já te sigo.Adorei seu blog.