sábado, 29 de maio de 2010

Friends

Eu adoro observar as relações humanas e talvez a amizade seja uma das suas manifestações mais interessantes. É curioso observar o desenvolvemento de laços de afeto com "um outro" o qual não se tem nenhum outro laço, nem mesmo o de consanguineidade. Chego a crer que muitos laços de amizades sejam mais fortes que laços familiares, embora as relações familiares desenvolva o conhecimento mútuo, a afeição e o altruísmo que são todos expressões da amizade.
A amizade extrapola as relações romântico-sexuais. Se fortalece na troca de experiências e na construção de uma relação alicerçada no constante investimento de confiança e lealdade.
É assim que foi se moldando a relação que tenho com duas amigas (existe um terceiro elemento que se encontra um pouco ausente, mas não cabe falar desta, neste episódio em especial). Nos conhecemos ainda na universidade e só depois de concluirmos o curso é que nossos caminhos se entrelaçaram de fato e de vez. O que foi curioso. Imaginava que quando terminassemos o curso, iria ser um pra cada lado e "até um dia!". Ledo engano, nossos caminhos pareciam ainda mais comuns ao fim do curso. Fazem cinco anos que nos formamos e são cinco anos juntos. Chego a conhecer mais sobre cada uma, do que sei mais de mim mesmo ou sobre meus próprios irmãos (de sangue).
E amizade não se faz só de momentos bons, são justamente os momentos desagradáveis, as discordâncias de atitudes, as alfinetadas discretas ou facadas pragmáticas, as revelações bombásticas, o ter que olhar o antigo amigo sob uma nova ótica, que fizeram com que existissem tantos bons momentos.
Final de semana passado, bebiamos em um bar, num desses encontros raros e por isso mesmo precioso. E conversa vai, conversa vem... eis que iniciou uma roda de defeitos e virtudes. Cada um começou a apresentar o pior defeito do outro e sua melhor virtude. Quase uma versão do famigerado jogo da verdade. Curioso é que vi o quanto crescemos nesses cinco anos. Pôde ver o quanto amadurecemos nossa relação ao perceber que pôdemos ser verdadeiros, sem pudores, sem limitações, sem tantas restrições (mesmo porque o alcool já não permitia) e falar do erro do outro sem que isso fosse usado como uma arma pra ferir, e escutar sem que fosse vergonhoso ter atitudes equivocadas, sem que fosse um engano ser um ser humano, humano. Poder escutar as virtudes e não se gabar de ser, mas ficar feliz pelo outro ter podido observar o melhor que existe em cada um. De repente criou-se uma atmosfesra tão agradável, tão amiga. Saber que o outro existia fez uma diferença impressionante na singular existência de cada um.
Já amanhecendo fomos para casa, e de presente ganhamos um banho de orvalho e um raiar de sol lindo.
Viva a amizade!!!

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