domingo, 4 de agosto de 2013

Irreal...será mesmo?!

Sexta-feira minha mãe ligou-me, durante a novela Amor à Vida, para perguntar se existem pais truculento e preconceituoso como o César (Antônio Fagundes) e se chegam ao extremo de perguntar quem é o homem e quem é a mulher numa relação homossexual entre homens. Não estava vendo a novela, mas respondi a minha mãe que infelizmente existem sim pais iguais ao César, e que esse tipo de pergunta é o mínimo, desde que alguns fazem muito pior, como havia lido na reportagem do pecuarista que espancou o filho por ser
gay
. Posteriormente vim assistir ao capítulo e confesso que esperava muito mais da cena entre Felix (Mateus Solano) e César. Não tivemos um diálogo tão profundo entre pai e filho, mas a pergunta do César ao Felix retrata o cerne da mentalidade de um homofóbico, que não consegue entender que em uma relação entre dois homens não existem papeis a serem interpretados, mas uma busca por viver o que se é. Tal pensamento surge de uma ideia heteronormativo e machista, onde o casal é formado por um homem e um mulher, onde o homem é o dominador e a mulher a dominada e subjugada ao prazer do macho. Logo, a preocupação do César era se seu filho era dominado por outro homem, o que para os padrões garanhônicos seria inadmissível. Ao mesmo tempo, nota-se como o enfoque é a relação sexual e não a relação entre pessoas e os laços sentimentais que edificam entre si. Ver o César perguntar ao filho se ele gostaria de mudar, retrata um outro ponto do preconceito, achar que ser homossexual é uma escolha feita, uma opção. Não entendem que trata-se de uma orientação e que não dá pra escolher ser negro quando se é de cor branca.
 

Um comentário:

Anônimo disse...

*Anônimo*
Qualquer forma de preconceito é ruim, que dirá agressão, principalmente dentro de sua família, que são pessoas que você manteve vínculos e se tem um convívio quase que diário(certo que nem todos os casos são assim, não gosto de generalizar). É horrível você saber que existem pais assim, que chegam a violência física, justamente quando o que mais se precisa é compreensão, carinho e amor. No meu caso que não sou assumido, não sei como seria a verdadeira reação de minha família, mas acredito não haveria o problema da agressão física.
Mesmo que venham falsos moralistas dizendo que podem nos curar, que escolhemos ser assim e logo podemos mudar, todo gay que sabe que não é assim. Acredito que a maioria já tentou lutar contra essa orientação, como você disse, e isso machuca por tentar ser o que não somos, traz infelicidade maus sentimentos e que nos assombram por um longo tempo. Se um hétero não precisou lutar pra aceitarem sua orientação, eu não deveria lutar também, pois seria algo natural.
Uma boa noite, a espera do próximo post...