quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Charles Dickens

Sou viciado em livros, compro-os muitas veses por comprar. Chego na livraria e algum livro me chama a atenção, pronto, compro e nem penso muito. Na maioria das vezes, chego em casa e coloco ele em minha estante e espero que ele me peça para lê-lo. É isso mesmo, já iniciei inúmeros livros que na segunda página, fechei e só voltei a ler muito tempo depois, e ao terminar de ler o livro o mesmo se tornou o livro da minha vida e me perguntava "por que não li ele antes?".
Um certo livro me chamava muito a atenção e que certa feita, não resisti e, mesmo com o cartão de crédito com limite já por esgotar, comprei. Pra variar o livro ficou na minha estante esperando eu lê-lo até ontem. Isso porque por coincidência ou não, ao assistir o filme "Além da Vida" ontem a tarde vi insistentemente o nome do escritor Charles Dickens e o tal livro que esperava para eu lê-lo é justamente O Misterio de Edwin Drood do Charles Dickens, resalva, tradução, notas e posfácio de Hermínio C. Miranda da editora Lachântre, 2001.
O Charles Dickens escreveu esse obra há cerca de 130 anos. A inesperada morte do autor em 1870 impediu que ele concluísse a narrativa, sua primeira experiência com o que seria pouco depois o fecundo ramo da literatura policial. Agora pasmem, lá por meados de 1872 o espirito do Dickens localizou nos Estados Unidos um jovem mecânico de escassa instrução formal e passou a escrever com as mãos emprestadas do medium o restante da história. O livro ficou pronto em julho de 1873, desvendando, afinal, o tenebroso enigma do desaparecimento do jovem Drood (personagem da estória). O medium publicou o romance por sua propria conta, ali mesmo na obscura cidadezinha de Brattleboro, estado do Vermont. Não se sabe qual foi a tiragem. Imagina-se que seja algo entre 100 e 300 exemplares, se tanto. As sofisticadas rodas litérarias pelo mundo afora não tomaram conhecimento da obra, a não ser esparsamente - suficiente para rejeitá-la sem a menor cerimônia e com arrogância  de sempre, sob o argumento tido por irrespondivel, de que gente 'morta' não pode escrever porque a vida acaba em nada.
A revista Veja em 2002 colocou: "...é uma pena que, em sua primeira edição no Brasil, O Mistério de Edwin Drood (tradução de Hermínio Miranda; Lachâtre; 538 páginas) venha justamente nessa versão espírita. A editora acredita estar prestando um favor aos leitores. Em vez disso, ao levantar uma inútil discussão sobre a "autenticidade do texto psicografado", apenas desvia a atenção do que interessa – as páginas que o autor realmente escreveu e que estão entre as melhores de sua maturidade. Anote: Dickens foi até o capítulo 20 do livro. O resto é resto."
Não posso fazer qualquer julgamento sobre o livro, vou lê-lo e depois posto aqui algum comentário. 

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