sexta-feira, 18 de junho de 2010

Vamos dar um tempo?!

É... Foi dado um tempo na relação.
Sempre achei a questão tempo na relação algo tão normal, tão conveniente.
O curioso é que não o vejo mais tão conveniente assim, a não ser pra quem pedi o tempo. Entendo o tempo como um hiato que se faz na relação... Em uma comparação bem grosseira é como se o casal estivesse em um grande mergulho sem oxigênio e um dos dois resolvesse colocar a cabeça fora d’água pra respirar e então decidir se quer continuar mergulhando ou não. Embora não seja o fim, deixa uma sensação esquisita, vc se torna um quase solteiro (drama!!).
Sem contar que, dar um tempo passa uma idéia de delimitar um espaço de tempo, período, o qual vc não sabe precisar muito bem (afinal respirar qndo se tá morrendo afogado não é tão fácil assim, leva tempo). Principalmente qndo quem pede o tempo não é vc. Pelo contrário, vc está muito certo do que quer e do que não quer e vê que o confuso é o outro, logo quem irá delimitar esse período, esse tempo é o outro, não é vc. Sua missão é esperar.
Chegar aos trinta anos pra mim tem sido estranho, por que ao mesmo tempo em que me vejo muito certo de muitas das minhas atitudes, em determinados momentos ainda me encontro como nos meus vinte e poucos anos, não sabendo o que decidir.
Por um lado isso é até interessante qndo vc tem um relacionamento com alguém mais jovem, o está certo de suas atitudes te dá mais autoconfiança. Sem contar que fica fácil identificar no outro os momentos de confusão, afinal vc já teve a idade do outro e sabe que como tudo é sazonal e todos passam pelas mesmas experiências, não é difícil identificar os dilemas pelos quais o outro passa.
Eu sabia que esse hiato iria existir mais cedo ou mais tarde. Sempre tive medo que ele tomasse forma e realmente se fizesse real na minha frente como se fez ontem. Não sei ao certo o que sinto agora.
Vazio.
Tristeza.
Ao mesmo tempo em que procuro ser compreensivo e observar o qnto era preciso que esse tempo se fizesse, não por mim, mas por ele, me dá um medo de que esse tempo me promova de um quase solteiro, à um solteiro completo. Não... Meu medo não é ficar solteiro, é ficar sem ele. É de repente me observar sem alguém que significa muito pra mim. Alguém que eu amo... (bastante!)
E nesse duelo entre a resiliencia e resignação de um ser maduro que se ver diante das confusões de um ser mais jovem e o medo e a revolta de ver seu amor fluido por entre seus dedos sem nada poder fazer, que me ponho a esperar.
Revolta-me muito mais esse “me ponho a esperar”, mas a maturidade me fala baixinho no ouvido que recuar não é desistir da luta, mas é dá tempo para o tempo consertar o que eu não posso consertar.
Tempo, tempo, tempo, tempo...

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