sábado, 10 de setembro de 2011

...alguma fenix corajosa

Medo.
Eu descobri.
É medo... ou melhor, é "o medo".
O medo de ver que tudo está sofrendo grandes transformações. Que nada está mais como antes e que o processo de transformação já começou faz um tempo e que eu sou a próxima vitima a entrar no olho do furacão. Que de onde estou, tento me protejer para que nada seja tão duro. Tão duro qnto já está sendo.
É o medo, de ver que pessoas vão embora de sua vida, sem que realmente saiam ou digam adeus. Que outras pessoas tbm por medo, preferem partir por não saber lidar com o medo, do meu medo do furacão. É ver que o tempo passou e que não é mais possível viver na mesma rotina de ontem. Que esse furacão está engolindo todos hábitos, todas as rotinas, todos os conceitos e como um liquidificador, tornando tudo pastoso demais pra ser vivido concretamente. Logo só restarão as lembraças de um hábito, de uma rotina e de alguns poucos conceitos.
É o medo de notar-se sendo encasulado, que fugir é bobagem, que a natureza é implacável e o tempo é desumanamente imperdoável. Que toda essa asfixia, de ser encasulado, embora, saiba que dará espaço a litros de oxigênio que entraram pulmão a dentro, permitindo-me um vôo alto e eterno, causa-me profundo pesar por deixar de ser largata, por me ver sozinho e ter que contar comigo.
Eu sei. A natureza é implacável e não fujo a regra dos que dela são originados. Tbm eu, deverei passar pelo processo doloroso e angustiante das transformações.
Eu sei. O tempo é desumanamente imperdoável. Q bobagem, o tempo nem é alguma coisa humana. O tempo é só o senhor das horas e amigo dileto da natureza. E que eu, não estou fora dos paralelos do tempo, mas inserido até a última célula e está até o último telômero empregnado de tempo.
Embora o medo seja parte ontogênica de mim, abro o peito ao furacão e numa coragem tímida e cheia de medo, vendo-me joguete de conflitos humanos, jogo-me num salto. Que tudo se transforme em pó, em cinzas, em alguma fenix corajosa e saudades...
Eu descobri.
Vida.
É vida... ou melhor, é "a vida".

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