quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Religião vesus política

Fico estupefato de ver como certas religiões atualmente vem norteado os rumos da política em nosso país. Não me refiro a igreja católica, que possui uma responsabilidade política histórica, mas que não mais possui a influência de tempos atrás, muito provavelmente devido aos escândalos de padres pedófilos que fizeram um racha na sua credibilidade. Refiro-me as igrejas evangélicas.
Ontem, conversando com minha sobrinha de nove anos, tomei um baita susto. Ela veio me convencer em não votar na candidata Dilma e utilizou argumentos no mínimo fantasiosos, próprios e muito normais para uma menina de nove anos, mas muito conspiradores para uma cabecinha tão nova.
Ela me falou assim: "Tio, não vote em Dilma, ela vai instalar um chip da besta em todos, o que ficara mais facil saber quem vai pro inferno e quem vai pro céu, vai aprovar a lei do aborto, vai permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, vai permitir que meninas utilizem as pulseirinhas do sexo, vai fechar as igrejas evangélicas, desde que irá cobrar impostos em cima dos dízimos recebidos e ela disse que será maior do que Deus."
Perguntei onde ela havia escutado tal surto psicótico e ela me falou que havia escutado em algum lugar. Não foi difícil pra mim, concluir que ela deveria ter escutado isso da porção evangélica da família dela.
Coincidentemente o Diario de Pernambuco trouxe uma matéria essa semana sobre o poder do votos dos evangélicos onde relata que na maioria dos municípios de Pernambuco onde a comunidade evangélica está acima de 30% da população, a ex-candidata do PV à presidência da República Marina Silva foi a segunda mais votada. Segundo a materia, para o cientista político e bispo da Igreja Anglicana no Nordeste, Robinson Cavalcanti, os concorrentes ainda não se deram conta do potencial dos evangélicos. Segundo ele, Dilma ou Serra precisam perceber o peso desses eleitores e os valores históricos que eles levam consigo. "Estamos num momento de compreensão desses novos paradigmas e, quem não se der conta disso, sairá prejudicado da eleição", afirma o bispo e ex-coordenador do mestrado de ciências políticas e ex-diretor do centro de filosofia da UFPE. "Para mim, o discurso que sensibilizará esse eleitorado é o que caminha para o social-progressista e de uma lógica moral conservadora", avisa.
O surto psicótico, descrito por minha sobrinha, foi o q me motivou à escrever esse post e pesquisando sobre o assunto, descobri inúmeros sites onde evangélicos convocam a não votarem na Dilma. Coitada! Não estou aqui pra ser cabo eleitoral desse ou daquele candidato, pra falar a verdade nem sei ainda em quem vou votar. Sou da opinião que o estado não deve se intrometer nas religiões, bem como as religiões não deve se intrometer em questões do estado. As religiões devem ter liberdade, e o estado deve ser laico e tratar todos (eu disse TODOS!) os cidadãos como iguais. Cada vez mais minha tese prevalece, muito mais importante do que ter uma religião, vale ter religiosidade e olhos bem abertos!

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