sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Breve

Sempre fui reticente quanto ao governo do Eduardo Campos. Observava um governo frouxo com questões discordantes e incoerentes. Seu governo foi avaliado algumas vezes como bom,  e não se pode negar que Recife e a região metropolitana, e porque não dizer Pernambuco como um todo sofreu um up grade na sua gestão. Eduardo aprendeu com o avô, Miguel Arraes, a fazer política e havia superado o mestre nesse aspecto, pois fazia política com maestria. Sabia que um político precisa deixar sua marca e essa deve ser profunda e não apenas viver no campo das promessas vazias. Aprendeu que deveria ser lembrado, jamais esquecido assim como o avô. Colocou uma nova cara na Prefeitura do Recife e agora mais uma vez surgia com mais um coelho desconhecido da cartola, para governar o Estado (com chances de emplacar). Não pretendia votar no Eduardo no primeiro turno, não o sentia seguro para tanto, mas o faria num possível segundo turno contra Dilma ou o Aécio. Apesar de que não acredito que o Eduardo fosse tão inocente de achar que levaria a Presidência de República logo de primeira, sua intenção era ficar conhecido nacionalmente por suas propostas e então num futuro (2018) poder alcançar o tão almejado pódio.
No entanto, a tragédia ocorrida no último dia 13 de agosto faz qualquer questão política ser menor. Qualquer discordância ideológica ganha menor importância diante do tamanho de uma vida – sete vidas para ser mais exato. De uma vida que acaba assim, como um ponto final colocado de forma fria e desapegado, numa estória. 
- Como assim...acabou?! E como termina a estória?! 
- Terminou. 
Eduardo com seu carisma parecia ser um ente da família de cada Pernambucano. E isso ficou claro, porque Recife ficou mudo na última quarta-feira. Parecia que alguma coisa estava fora do eixo. Arrisco dizer que até seus adversários mais áridos e ferrenhos estão sentindo sua morte. A ficha demora a cair e duvido que a de alguém tenha caído. Estão todos ainda buscando digerir todas essas noticias que nos trazem de Santos, São Paulo. Talvez essa ficha caia neste final de semana quando ocorrerá o funeral. 
E nesses momentos onde a foice impiedosa do destino nos assusta, reflito que a vida é vento que passa breve como brisa, as vezes tépida que acaricia em outras fria que parece rasgar.         

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Tatuado

Fui tentar ver o filme Tatuagem quando na sua estreia no Recife. Sem chance. Filas quilométricas se faziam e salas lotadas com ingressos esgotados, me fizeram desistir e deixar a poeira baixar. O filme entrou em cartaz embalado pelo inúmeros prêmios, não à toa foi vencedor de quatro Kikitos no Festival de Cinema de Gramado, cinco redentores no Festival de Cinema do Rio, além de prêmios da critica especializada. Ontem depois de uma boa baixada de poeira, embora o filme continue em cartaz no Cinema São Luiz (Recife/PE), fui assisti-lo. Tatuagem é um filme realmente maravilhoso, merecedor de todos os prêmios recebidos. Uma trilha sonora linda, com destaque para Irandhir Santos cantando "o meu amor" de Chico Buarque; uma atuação impecável do Irandhir, o que eu não esperava outra coisa; e uma atuação do Rodrigo Garcia de roubar a cena; além logico de todo o resto do filme. O filme que levou sete anos para ser concluído só mostra que o cinema feito fora do "eixo" consegue ser mais maduro frente aos pastelões vendidos. Tatuagem fala de valores, politicas conservadoras, de amor, de liberdade. Como pano de fundo para a estória de Clécio Wanderley (Irandhir Santos) e Fininha (Jesuita Barbosa), está a trupe teatral chão de estrelas uma referência ao Grupo de Teatro Vivencial, que sob a influência do tropicalismo e da contracultura foi o marco de irreverência e transgressão na cena cultural pernambucana dos anos de 1970 e 1980. Tatuagem é um daqueles filmes essenciais para serem assistidos porque entende cada personagem pelo lado da emoção, do sentimento que lhe imprime a marca do inesquecível. Porque mostra uma trupe de atores que enxergam o futuro assim como ele é hoje cheio de vícios e traumas de um regime imposto.
     

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O Rei do status!!!


Eu tenho estado muito ausente do blog é bem verdade. Sobra-me pouco tempo para está atualizando as notícias aqui. Contudo, tenho estado sempre muito alerta a tudo que acontece e não poderia deixar passar em branco a sensação do momento. Quem?! Quem?!...Ele mesmo, o Rei do Camarote.
Relutei tanto em falar dele aqui no blog, justamente porque acho de uma queimação terrível. Mas, mesmo correndo o risco de ficar carbonizado, pergunto a quem souber: 
Então o Quico cresceu e ficou rico, é isso?! 
Ah, e que estória é essa de que o vídeo é uma brincadeira que o Alexandre Almeida resolveu fazer. Pra que?! Ratificar que podemos tirar uma pessoa da pobreza, nunca a pobreza da pessoa...aaahh...isso já está mais do que manjado. No Brasil tem aos montes exemplos como esse, nem precisava se dá o trabalho.
Invejoso eu?! De jeito algum bebê. 
Sei que existe por parte de alguns o recalque de ver uma ostentação tão...tão... enfim, tão! - brega. Entretanto, o dinheiro é do boy e ele gasta como quiser, na festa que quiser, com a roupa de marca que ele quiser - Que camisa verde xadrez é aquela, Jesus me guarde! -, e com o champanhe que ele quiser, embora ele prefira vodka, ninguém tem nada a ver com isso.
Minha dúvida até agora, é se o vídeo é uma ridicularização irônica por parte da revista Veja ao empresário ou se a revista - a qual não se pode esperar muito - está ridicularizando irônicamente seus leitores. Se ele é um ator, entrou tão bem no personagem de biba deslumbrada e cafona que merece o Oscar - alguém notou a encochada, do bofe, que ele leva por trás..ai, ai!
Cada um escreve o livro, planta uma árvore e tem um filho que pode.
Agora...alguém acreditou mesmo na estória do banheiro do camarote?!

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Infringente

A decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal quanto ao julgamento do mensalão, logo em seu início, foi pela punição. Era uma clara resposta à sociedade, que colocava no poder judiciário as suas esperanças de um Brasil mais coerente e justo. Se os ministros sentiam-se ou não pressionados pela opinião pública, a resposta dada foi a que se esperava. Um julgamento com repercussão internacional e mal dava para acreditar que nomes como Genoíno e José Dirceu seriam presos por crime de corrupção. Agora, surge o embargo infringente, que é mais ou menos o seguinte, todos os ministros chegaram a uma opinião conjunta, mas agora vão reavaliar essa opinião começando do zero, o que resulta em um novo julgamento. Não precisa ser muito esperto para se deduzir onde querem chegar com tudo isso. Cinco ministros votaram a favor do embargo e cinco votaram contra, falta só o voto de um ministro que já sinalizou pelo embargo. A justiça no Brasil se faz de cega, mas na verdade é omissa sem se sentir pressionada pela opinião pública.

domingo, 11 de agosto de 2013

Qual sua opinião?

Então, quem ainda não viu o vídeo aí em baixo:


Um amigo mostrou-me na tarde de ontem e nem havia me dado conta que era algo fresquinho, recém saído do forno. A noite quando fui ler as notícias na internet, não se falava em outra coisa que não fosse o tal vídeo. O vídeo viralizou rapidinho e rolava no facebook, mas não rola mais (??!!) e por enquanto está só no YouTube. Logo que vi o vídeo, comentei com meu amigo que sabia que o Infeliciano não valia muita coisa; que entendia o perigo e horror de sua campanha anti-gay, mas que ainda assim não concordava com o ato. Não, a luta por direitos e o movimento LGBT não ganha novos adeptos quando a arma é fazer descer goela abaixo uma condição que exige muito mais que aceitação, exige respeito e direitos. Contudo, não posso deixar de observar que o Infeliciano pede para passar por situações assim...vexatórias!!! Nem preciso dizer que a comunidade "evanja" está espumando de ódio por terem maculado a paz do "cordeiro". Estão todos querendo a cabeça dos moçoilos que fizeram o showzinho particular no vôo (até engraçado) e as opiniões a favor e contra explodem na net. Pelo menos vale a pena o debate democrático gerado. E você...o que acha?  

domingo, 4 de agosto de 2013

Irreal...será mesmo?!

Sexta-feira minha mãe ligou-me, durante a novela Amor à Vida, para perguntar se existem pais truculento e preconceituoso como o César (Antônio Fagundes) e se chegam ao extremo de perguntar quem é o homem e quem é a mulher numa relação homossexual entre homens. Não estava vendo a novela, mas respondi a minha mãe que infelizmente existem sim pais iguais ao César, e que esse tipo de pergunta é o mínimo, desde que alguns fazem muito pior, como havia lido na reportagem do pecuarista que espancou o filho por ser
gay
. Posteriormente vim assistir ao capítulo e confesso que esperava muito mais da cena entre Felix (Mateus Solano) e César. Não tivemos um diálogo tão profundo entre pai e filho, mas a pergunta do César ao Felix retrata o cerne da mentalidade de um homofóbico, que não consegue entender que em uma relação entre dois homens não existem papeis a serem interpretados, mas uma busca por viver o que se é. Tal pensamento surge de uma ideia heteronormativo e machista, onde o casal é formado por um homem e um mulher, onde o homem é o dominador e a mulher a dominada e subjugada ao prazer do macho. Logo, a preocupação do César era se seu filho era dominado por outro homem, o que para os padrões garanhônicos seria inadmissível. Ao mesmo tempo, nota-se como o enfoque é a relação sexual e não a relação entre pessoas e os laços sentimentais que edificam entre si. Ver o César perguntar ao filho se ele gostaria de mudar, retrata um outro ponto do preconceito, achar que ser homossexual é uma escolha feita, uma opção. Não entendem que trata-se de uma orientação e que não dá pra escolher ser negro quando se é de cor branca.
 

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Eita perdi na TV!!!

Há um bom tempo que a televisão tem sido um utensílio quase sem uso em casa. Troco fácil por alguns bons momentos na internet seja conversando com amigos distantes ou próximos, lendo notícias ou assistindo a filmes. Ontem, não foi diferente e enquanto a Rede Globo exibia o capítulo da novela "Amor à Vida" em que a orientação do Felix (Mateus Solano) é devassada para toda a família e em seguida o programa comandado pelo Pedro Bial, Na Moral, debatia sobre a questão do Estado laico, com representantes de religiões e um ateu, eu estava ausente a tudo. 
Já procurei me atualizar e realmente o Mateus Solano parece um buraco negro sugando toda energia (entenda-se atenção) para si, ao mesmo tempo que é muito generoso em cena. Fora o discurso contra homofobia, que pareceu meio didático, o capítulo foi realmente marcante. Os novos tempo já chegaram, até algum tempo atrás cenas como 'a saída na marra de um gay do armário' não eram cogitadas em horário nobre.
Também já procurei ver o debate acalourado promovido pelo Pedro Bial e vi o Malafaia esbravejando e gritando...aafff...causa enfado esse nobre pastor se colocando como pobre e indefeso, a merce do preconceito e injúria de ímpios e infiéis. Eu acredito que quem muito grita é porque não tem confiança dos argumentos que usa. Ao contrario dele os demais debatedores se mostravam mais calmos, talvez porque entenderam que iriam participar do programa Na Moral e não do Ultimate Fight Championship. 
É ontem realmente a TV teve alguns poucos bons momento.