Sempre fui reticente quanto ao governo do Eduardo Campos.
Observava um governo frouxo com questões discordantes e incoerentes. Seu
governo foi avaliado algumas vezes como bom, e não se pode negar que Recife e a região
metropolitana, e porque não dizer Pernambuco como um todo sofreu um up grade na sua gestão. Eduardo aprendeu
com o avô, Miguel Arraes, a fazer política e havia superado o mestre nesse aspecto, pois fazia política
com maestria. Sabia que um político precisa deixar sua marca e essa deve ser
profunda e não apenas viver no campo das promessas vazias. Aprendeu que deveria
ser lembrado, jamais esquecido assim como o avô. Colocou uma nova cara na Prefeitura
do Recife e agora mais uma vez surgia com mais um coelho desconhecido da
cartola, para governar o Estado (com chances de emplacar). Não pretendia votar no
Eduardo no primeiro turno, não o sentia seguro para tanto, mas o faria num possível segundo turno contra Dilma ou
o Aécio. Apesar de que não acredito que o Eduardo fosse tão inocente de achar
que levaria a Presidência de República logo de primeira, sua intenção era ficar
conhecido nacionalmente por suas propostas e então num futuro (2018) poder alcançar o tão
almejado pódio.
No entanto, a tragédia ocorrida no último dia 13 de
agosto faz qualquer questão política ser menor. Qualquer discordância ideológica
ganha menor importância diante do tamanho de uma vida – sete vidas para ser
mais exato. De uma vida que acaba assim, como um ponto final colocado de forma
fria e desapegado, numa estória.
- Como assim...acabou?! E como termina a estória?!
- Terminou.
Eduardo com seu carisma parecia ser um ente da família de
cada Pernambucano. E isso ficou claro, porque Recife ficou mudo na última
quarta-feira. Parecia que alguma coisa estava fora do eixo. Arrisco dizer que até seus adversários mais áridos e ferrenhos estão sentindo sua morte. A ficha demora a
cair e duvido que a de alguém tenha caído. Estão todos ainda buscando digerir
todas essas noticias que nos trazem de Santos, São Paulo. Talvez essa ficha caia neste final de
semana quando ocorrerá o funeral.
E nesses momentos onde a foice impiedosa do
destino nos assusta, reflito que a vida é vento que passa breve como brisa, as
vezes tépida que acaricia em outras fria que parece rasgar.