quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Ela está quase entre nós.

Ela ainda não está no meio de nos, mas está mais do que confirmado que chegará em jatinho fretado às 22h desta quinta-feira (13) para um show no Centro de Convenções, após shows de Janelle Monáe e Mayer Hawthorne. Foram muitas as especulações de que Amy Winehouse não chegaria invicta ao show no Recife. As três vezes que a inglesa subiu ao palco no Brasil (uma em Florianópolis, duas no Rio) vieram seguidas por uma série de desaforos da plateia. O público se sentiu desprestigiado. Os relatos são de apresentações curtíssimas (às vezes com menos de uma hora de duração), de uma Amy que não cuprimentou seus fãs ao entrar, muito menos ao terminar o show, deixando o público ávido por uma saudação a ver navios.  Felizmente ou infelizmente não irei. Estou na comunidade daqueles que ficaram na dúvida de dar 200 pilas pra ver a Amy dá vexame e sair puto do Centro de Convenções de ter pago tanto pra nada. Nessa dúvida preferi cantar "vou não, quero não, posso não...". Faço votos, que os que não se importaram com a possível decepção tenham um show maravilhoso e que ela, mesmo trebada, faça 'O show'. Ainda a pouco tava navegando e vi que a banda já fazia os ajustes no som. Bom show galera e divirtam-se!

Charles Dickens

Sou viciado em livros, compro-os muitas veses por comprar. Chego na livraria e algum livro me chama a atenção, pronto, compro e nem penso muito. Na maioria das vezes, chego em casa e coloco ele em minha estante e espero que ele me peça para lê-lo. É isso mesmo, já iniciei inúmeros livros que na segunda página, fechei e só voltei a ler muito tempo depois, e ao terminar de ler o livro o mesmo se tornou o livro da minha vida e me perguntava "por que não li ele antes?".
Um certo livro me chamava muito a atenção e que certa feita, não resisti e, mesmo com o cartão de crédito com limite já por esgotar, comprei. Pra variar o livro ficou na minha estante esperando eu lê-lo até ontem. Isso porque por coincidência ou não, ao assistir o filme "Além da Vida" ontem a tarde vi insistentemente o nome do escritor Charles Dickens e o tal livro que esperava para eu lê-lo é justamente O Misterio de Edwin Drood do Charles Dickens, resalva, tradução, notas e posfácio de Hermínio C. Miranda da editora Lachântre, 2001.
O Charles Dickens escreveu esse obra há cerca de 130 anos. A inesperada morte do autor em 1870 impediu que ele concluísse a narrativa, sua primeira experiência com o que seria pouco depois o fecundo ramo da literatura policial. Agora pasmem, lá por meados de 1872 o espirito do Dickens localizou nos Estados Unidos um jovem mecânico de escassa instrução formal e passou a escrever com as mãos emprestadas do medium o restante da história. O livro ficou pronto em julho de 1873, desvendando, afinal, o tenebroso enigma do desaparecimento do jovem Drood (personagem da estória). O medium publicou o romance por sua propria conta, ali mesmo na obscura cidadezinha de Brattleboro, estado do Vermont. Não se sabe qual foi a tiragem. Imagina-se que seja algo entre 100 e 300 exemplares, se tanto. As sofisticadas rodas litérarias pelo mundo afora não tomaram conhecimento da obra, a não ser esparsamente - suficiente para rejeitá-la sem a menor cerimônia e com arrogância  de sempre, sob o argumento tido por irrespondivel, de que gente 'morta' não pode escrever porque a vida acaba em nada.
A revista Veja em 2002 colocou: "...é uma pena que, em sua primeira edição no Brasil, O Mistério de Edwin Drood (tradução de Hermínio Miranda; Lachâtre; 538 páginas) venha justamente nessa versão espírita. A editora acredita estar prestando um favor aos leitores. Em vez disso, ao levantar uma inútil discussão sobre a "autenticidade do texto psicografado", apenas desvia a atenção do que interessa – as páginas que o autor realmente escreveu e que estão entre as melhores de sua maturidade. Anote: Dickens foi até o capítulo 20 do livro. O resto é resto."
Não posso fazer qualquer julgamento sobre o livro, vou lê-lo e depois posto aqui algum comentário. 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Além da vida

Acabo de chegar do cinema, fui assistir "Além da Vida" (Hereafter) do Clint Eastwood. Sai da sala de exibição meio fora de mim. Quem parecia ter tido uma experiência de quase morte tinha sido eu. Na verdade estava apenas emocionado e mexido com o filme. O Eastwood não é afeito a filmes de tese, ele sempre prefere contar uma boa história a fazer campanha e é mais ou menos o que ele pretende com esse filme. “Além da Vida” acompanha três personagens que, de formas distintas, estão ligados à morte. Em São Francisco, George Lonegan (Matt Damon, em excelente e sutil atuação) possui o dom de estabelecer contato com pessoas mortas, embora, observe o dom muito mais como uma maldição que o impede de levar uma vida normal. Questões filosóficas minhas, me fizeram crer que o Clint, embora não seja prosélito no filme, procurou passar a mensagem "dá de graça o que de graça recebeu". O segundo personagem é o garoto Marcus que sofre com a trágica morte do irmão gêmeo, Jason (George e Frankie McLaren se revezam nos dois papéis), e recorre a todo tipo de crença e tecnologia para entrar em contato com ele: videntes, centros espíritas, vídeos religiosos, microfones superpoderosos e até a observação de espelhos. E nesso ponto o Clint toca na questão do charlatanismo e de como pessoas se aproveitam da fragilidade de outras para ludibriar e fazer dinheiro facil com a dor alheia. A terceira personagem é a jornalista Marie Lelay (a ótima atriz belga Cécile De France) que vê sua vida mudar radicalmente após sobreviver ao tsunami de 2004, recriado por Eastwood em uma sequência de tirar o fôlego (“Além da Vida” foi pré-selecionado para o Oscar de efeitos visuais). Engolida pelas ondas gigantes, ela passa pela chamada "experiência de quase-morte" e, de volta para casa, se dedica a investigá-la. O Ragazo colocou que a estória da Marie seria apenas pra cumprir tabela, mas com a estória de Marie, Eastwood  retrata que quem acredita na vida após a morte se transforma em vítimas de isolamento e preconceito. A obsessão da jornalista pelo tema tira sua credibilidade e coloca em risco uma carreira em ascensão na TV francesa e um relacionamento amoroso, ainda que sua crença seja mais científica que religiosa. Qndo enfim Clint ver que já falou sobre tudo que poderia falar vem o encontro entre os três personagens principais que fica meio "forçada de barra" para os destinos se cruzarem e que tira parte da força de “Além da Vida”. O excesso de coincidência, porém, não diminui o prazer de acompanhar o modo detalhado com que Eastwood apresenta as histórias de George, Marcus e Marie, talvez a grande qualidade do filme. O filme fala mais sobre a vida que sobre a morte. Talvez uma boa conclusão sobre o filme é que da vida só se leva, a vida que se leva.

Crazy

Ontem assisti pela terceira vez Crazy e acho que devo assistir mais umas duas vezes. O Ragazzo ainda não havia visto e levei para casa dele para assistirmos juntos. Incrível como o filme pareceu-me ainda mais bonito. Pude me ver na figura infantil do Zac em quase todos os momentos do xixi na cama, nas orações à Papai do céu para não ser um "marica", na figura machista orgulhosa do pai e na super proteção da mãe. Ao ver as dúvidas e a não aceitação do Zac já na adolescência, lembrei de um trecho de um poeminha que gostava muito no início de minha adolescência e cuja autoria é desconhecida para mim, mas que dizia assim: 
Comigo me desavim.
Sou posto a todo perigo.
Não posso ficar comigo,
nem posso fugir de mim. 
Ontem, pela primeira vez, meus olhos marejaram, mas me contive. O filme na telinha LED do netbook do Ragazo se cruzava com o filme que se passava na minha tele mental. Tenho certeza que não sou o único a me identificar tão fortemente com a estória do Zac e sua família. Com certeza, estórias bem mais dificeis, processos psicológicos bem mais complexos se processam aos montes e encontram identificação com algum momento ou estória do filme, por algo que poderia ser menos complicado. Não digo fácil desde que o processo de aceitar a propria orientação sexual é complicado, mas poderia ser menos traumático se valores social atávicos não influencia-se tanto. Bom, mas isso é debate para outro momento.
O filme não é novo, Crazy é de 2005. Caso não tenha visto ainda, procura que vc encontra fácil, fácil. Vale a pena!  

domingo, 9 de janeiro de 2011

Pina Bausch em 3D

Essa dica é do Ragazzo (tenho que dar os direitos autorais da dica, é justo), sabe o Wim Wenders, o mais influente diretor de cinema alemão da atualidade. Pois bem, ela acaba de filmar um documentário em 3D da companhia de dança de Pina Bausch, morta, vítima de câncer, em junho do ano passado. Segundo o diretor, há décadas os dois queriam fazer algo juntos, mas ele não acreditava haver tecnologia boa o suficiente para um filme de dança. Recentemente, depois de assistir a “U2 360”, o registro em 3D da penúltima turnê da banda, percebeu – apesar de achar o filme tecnicamente um desastre – que enfim era possível assumir a tarefa. O longa vai ter várias performances de Bausch como Café Muller, Sacre du Printemps, Vollmond e Kontakthof. O trailer é bem bacana e bonito, gostoso de ver, tem um ritmo legal. Assista, você pode mudar seus conceitos sobre dança e documentários. O filme estreia fora da competição no próximo Festival de Berlim em fevereiro.  Dá uma sacada no trailer do documentario, dançar parece fácil, fácil...
Ah o documentario estreia dia 24.01.2011... vamos torcer chegue por aqui.